Hoje é um dia de celebração e também de luta, para refletir sobre a importância do povo e da cultura africana na construção do nosso país e sobre as dificuldades ainda enfrentadas pelos negros em razão do racismo estrutural que persiste como marca de nossa sociedade.
A data foi escolhida pelo Movimento Negro Unificado em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra contra a escravidão, capturado e morto por bandeirantes em 20 de novembro de 1695. O legado deixado por Zumbi continua a orientar a luta contra o racismo, a discriminação e a desigualdade social.
Confira nossas dicas de leitura: |
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Mulheres, raça e classe, de Angela Davis
Nesta obra fundamental sobre as nuances das opressões, Davis parte da escravidão e de seus efeitos para firmar a impossibilidade de um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial. Também denuncia o encarceramento em massa da população negra como mecanismo de dominação e enfatiza o entendimento da intersecção de raça, classe e gênero como essencial para um novo modelo de sociedade.
Colonialismo digital, de Deivison Faustino e Walter Lippold
Como é possível relacionar algoritmos a racismo, misoginia e outras formas de violência e opressão? A partir de um debate histórico e conceitual sobre o dilema das redes e a atualidade do colonialismo, os autores discutem “colonialismo digital”, “racismo algorítmico” e apresentam reflexões sobre possíveis caminhos combinando o hacktivismo anticapitalista e o pensamento antirracista radical.
Como a Europa subdesenvolveu a África, de Walter Rodney
Escrita em 1972, esta obra-prima da economia política argumenta que o inabalável “subdesenvolvimento” africano não é um fenômeno natural, e sim um produto da exploração imperial do continente. Entender as origens da prática que continua até hoje é fundamental para interpretar realidades políticas e dimensões culturais. |
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Pensamento feminista negro, de Patricia Hill Collins
Neste marco do feminismo negro, Hill Collins faz um panorama dos temas centrais tratados por intelectuais e ativistas negras estadunidenses como Angela Davis, bell hooks, Alice Walker e Audre Lorde. Acessível e com rigor intelectual, o livro traz importantes conceitos para compreender não apenas os mecanismos de opressão, mas também as estratégias desenvolvidas pelas mulheres negras para combatê-las.
Escritos políticos, de Frantz Fanon
Publicado pela primeira vez no Brasil e com tradução direta do francês, a obra reúne uma seleção de artigos jornalísticos de Fanon sobre o cotidiano do colonialismo francês na Argélia, o desenvolvimento da luta pela libertação nacional do povo argelino e a formação do movimento internacional dos países colonizados e do terceiro mundo em meados do século XX.
Os jacobinos negros, de C. R. L. James
Neste verdadeiro tratado sobre a função histórica da escravidão e a função social da opressão do negro, o autor faz um relato minucioso da insurreição de escravos que expulsou os colonizadores franceses de São Domingos, antigo nome do Haiti. Leitura essencial sobre a revolta dos explorados contra os exploradores e da América Latina contra o colonialismo. |
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Leitura indispensável para conhecer o pensamento de três autoras fundamentais e refletir sobre democracia e liberdade. Os ensaios discutem temas como capitalismo, racismo, desigualdade social, ecologia, encarceramento em massa, violência doméstica, entre outros.
Lançamento antecipado no Armas da Crítica, o clube do livro da Boitempo. Para receber primeiro em casa, assine até 15 de dezembro. |
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Para as crianças, indicamos as sensíveis obras de bell hooks, ilustradas por Chris Raschka.
A pele que eu tenho abre um diálogo, de forma poética, sobre raça e identidade. Meu crespo é de rainha é um livro para ser lido em voz alta, indicado para crianças a partir de três anos de idade – e também mães, irmãs, tias e avós – se orgulharem de quem são e de seu cabelo “macio como algodão” e “gostoso de brincar”.
Na batida do break, a renomada educadora e ativista traz em Minha dança tem história uma história vibrante que capta a energia do que é ser um menino dentro da cultura do hip-hop. Mostrando de forma sensível todas as contradições que permeiam a vida dos pequenos em busca da própria masculinidade, a autora amplia o leque de possibilidades para o que significa ser um menino.
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