AS ESCADARIAS NA HISTÓRIA DA PARAHYBA

Sérgio Botelho – Duas ruas do Centro de João Pessoa se destacam pelas suas escadarias. Em ambos os casos, terminando ou começando nos passeios da Avenida General Osório, entre a Guedes Pereira e a Rua da República. A uma delas, já dedicamos uma crônica específica: o Beco Malagrida. Na verdade, o beco é a parte inicial da Rua Irineu Pinto (que homenageia um dos sócios fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano). A via liga a Praça João Pessoa à rua Maciel Pinheiro, na cidade baixa, cruzando a General Osório e a Beaurepaire Rohan. O pequeno trecho, situado entre a praça e a General Osório, celebra o padre Gabriel Malagrida, que na primeira metade do Século XVIII foi responsável pela construção do Colégio dos Jesuítas, exatamente o prédio onde hoje funciona a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, que se ergue ao lado do beco, de frente para a Praça João Pessoa. A outra escadaria marca o início da rua Silva Jardim, que liga a General Osório à Beaurepaire Rohan, atravessando as ruas Tenente Retumba e Desembargador Feitosa Ventura, terminando ao lado do antigo Grupo Escolar Antônio Pessoa. Todas, assim como a Irineu Pinto, na parte baixa da cidade. O homenageado com o nome da rua tem destaque na história do Brasil, notabilizado por sua atuação no movimento abolicionista e republicano, no final do Século XIX. Nascido em 18 de agosto de 1860, no Rio de Janeiro, Antônio da Silva Jardim foi advogado, jornalista e político, tendo falecido em 1 de julho de 1891, funestamente tragado pelo vulcão Vesúvio, em Nápoles, na Itália, durante excursão. A rua Silva Jardim já se constituiu em local de moradia a famílias da capital paraibana. A partir das décadas de 1940 e 1950, acompanhando a decadência do centro de João Pessoa, a rua chegou a abrigar lupanares menos avaliados que os existentes nas ruas Maciel Pinheiro e da Areia. Hoje, serve de endereço a pequenas oficinas, mas principalmente a casas de vendas a varejo, bastante procuradas por consumidores pessoenses.

Sérgio Botelho é jornalista e memorialista – escreve terças, quintas e sábados no PARAHYBA NOTÍCIAS

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