Com mais de 500 expositores, o 38º São de Artesanato da Paraíba, que se realiza até o dia 30 de junho em Campina Grande já pode ser considerado uma das maiores vitrines para os artesãos e artesãs que empreendem neste ramo. Até sexta-feira passada, mais 40 mil pessoas já haviam passado pelo evento e as vendas dos produtos já ultrapassavam 1 milhão de reais.
A informação foi dada pela gestora do Programa de Artesanato Paraibano (PAP) do Governo Estadual, Marielza Rodriguez, durante a edição do Podcast Revista Estadual, que foi transmitido diretamente da Serra da Borborema. Além de Marielza, o programa contou com a participação da artesã Lourdes Diniz.
“Além das 40 mil pessoas que já passaram pelo evento, a comercialização de produtos já rendeu mais de 1 milhão de reais. Também já arrecadamos mais de uma tonelada de alimentos que serão doados para os artesãos do Rio Grande do Sul. Então, o balanço que fazemos do evento é muito positiva”, afirmou Marielza.
Perguntada sobre a diferença entre realizar o Salão na Capital e em Capina Grande, a coordenadora respondeu que cada evento tem características específicas, mas que nos dois quem sai ganhando é o artesão e a artesã.
“Cada salão tem uma característica. Em João Pessoa, a gente faz no Verão, período de alta estação, então tem outro clima, é um período de férias, com muito turismo. E aqui, em Campina Grande, tem um aconchego. Mas a verdade é que o Salão é uma experiencia muito boa para os artesãos, são eles que nos importam. Eles conhecem outras pessoas, conhecem outros tipos de artesanatos, há um troca de ideias sobre tudo que envolve o artesanato”, disse.
Em todos esses anos, o Salão tem se mostrado uma oportunidade única para empreendedores com muitos “cases” de sucesso. Marielza citou o caso da artesã Nevinha, que através de um contato feito numa edição do Salão, confeccionou panelas de barro que foram para um restaurante na Inglaterra. “Foram seis meses que ela levou trabalhando e um contêiner de panelas de barros foi para a Inglaterra”, completou.
A expectativa de venda e, mais ainda, da valorização do trabalho é o que motiva a artesão de Lagoa Seca, Lourdes Diniz. Ela faz santos em madeira e, como o tema do salão é “A arte de quem vive da fé”, seus produtos têm tido muita saída. O ofício de santeira foi herdado de sua mãe, a mestra Paulina.
“O que me faz manter foi o trabalho que minha mãe me deu, foi a vida dela. Ela amava fazer os santos. E, assim como ela, eu amo fazer o que faço. Lamento que dos meus sete filhos, só um esteja se dedicando a esse trabalho. Esse trabalho não pode morrer porque veio dos meu avô. Minha mãe aprendeu com o pai e eu aprendi com minha mãe e estou passando para meu filho Francisco”, contou a artesã.
Da construção de sua casa ao sustento dos filhos, foi o artesanato que proporcionou a Lourdes muitas outras conquistas. “Tudo o que eu tenho hoje, consegui através do artesanato”, reforçou. Quais os santos mais fáceis e mais difíceis de fazer? “Os mais fáceis, São Francisco e Santa Luzia. Já o mais difícil é o São Jorge. É muito detalhado e tem muitas personagens”, respondeu.
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