A Braz Florentino, localizada no Centro Histórico de João Pessoa-PB, é uma rua curta (quase uma travessa), entre as que ligam as ruas Duque de Caxias e General Osório. Apesar de ser estreita, de calçamento e passeio quase destruídos, a via suporta um intenso tráfego de carros e de gentes, além de funcionar como estacionamento. A sua esquina com a Duque de Caxias já foi endereço de uma Central de Polícia, com destaque para a famosa Rádio Patrulha. Apesar de todo o desconforto da referida rua, ela se apresenta atualmente com um segmento muito animado do tradicional Sabadinho Bom, da Praça Rio Branco, sua vizinha urbana de sempre. Afinal de contas, é na Braz Florentino que pontifica a famosa Cachaçaria Filipeia, que ganhou notoriedade além-fronteira, até citada por empresas nacionais de turismo. O site de viagens TripAdvisor, por exemplo, abriga a descrição de um turista sobre a referida cachaçaria como “escura, apertada e empoeirada, mas cheia de personalidade.” Aliás, um epíteto que serve para a própria rua. O homenageado com o nome da via, Braz Florentino Henriques de Sousa, nasceu na cidade da Paraíba (atual João Pessoa), em 12 de novembro de 1825, e faleceu em São Luís do Maranhão, em 29 de março de 1870, na condição de presidente daquela província. O conterrâneo ainda estudou no Seminário de Olinda, mas sem vocação sacerdotal, abandonou a vida de seminarista e foi estudar advocacia na tradicional Faculdade de Direito de Olinda. Nesse tempo, foi parar na redação do Diário de Pernambuco. Formado, ganhou fama como professor Catedrático de Direito Constitucional e Público e, na sequência, de Direito Civil, na própria Faculdade de Direito de Olinda. Dirigiu a Instrução Pública de Pernambuco e se tornou sócio-fundador do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, o mais antigo do Brasil. De Pernambuco seguiu para a Corte, já que escolhido para integrar comissão com o objetivo de analisar e dar parecer em relação ao novo projeto de Código Civil. Do Rio de Janeiro é que foi parar no Maranhão, como presidente da província, quando faleceu antes de completar 45 anos de idade. É autor de três livros, todos referenciais: “Do Delito e do Delinquente”, “Lições de Direito Criminal” e “Do Poder Moderador”. Só para concluir: a Braz Florentino tem toda a pinta de que um dia vai se transformar num calçadão.
A foto é da Braz Florentino a partir da rua General Osório. Ao fundo, a Praça Rio Branco.
Sérgio Botelho é jornalista, memorialista e colabora às terças, quintas e sábados no PORTAL PARAHYBA NOTÍCIAS