Sensibilizar as entidades sindicais para a importância da diversidade e debater iniciativas que fomentem essa prática. Este foi o objetivo da audiência coletiva realizada na Sede do Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), em João Pessoa, nessa terça-feira (30), e que reuniu diversas lideranças sindicais do Estado. A iniciativa faz parte do ‘Projeto Sindicalismo e Diversidade’, da Coordenadoria de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social (Conalis) do MPT.
Durante a audiência coletiva, foi discutida a necessidade da inclusão de representantes de diversos grupos – considerados minorias – na base e na diretoria das entidades sindicais. Dessa forma, seria garantida a representatividade social e a diversidade nas discussões e decisões na esfera sindical.
“O mundo mudou, a sociedade brasileira se tornou complexa, não mais respondendo ao exame da realidade social o vetusto recorte da luta de classes. Nesse passo, os sindicatos precisam buscar amplitude e representatividade nos novos segmentos, outrora invisibilizados. Daí ser oportuno e estratégico o debate sobre a diversidade no mundo sindical, inclusive contemplando, nos seus órgãos diretivos representações de mulheres, negros, jovens, LGBTQIAPN+, etc.”, ressaltou o procurador do Trabalho e coordenador Regional da Conalis/MPT, Paulo Germano Costa de Arruda, que presidiu a audiência coletiva.
De acordo com representantes de entidades ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), a entidade conta com secretarias e coletivos da mulher, da juventude, dos negros, LGBTQIAPN+ e um coletivo relacionado às questões de pessoas com deficiência (PCDs). Das instituições presentes, apenas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa (SINTEM-JP) informou que já possui em seu Estatuto a Diretoria de Gênero, Raça e Etnia, além da Diretoria dos Aposentados. As demais entidades sindicais contemplam tais questões por meio das federações, confederações, centrais sindicais e organismos internacionais.
Para o representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil – Sintricom, Francisco Demontier, a discussão é importante e precisa ser levada para os canteiros de obra, aos ambientes de trabalho como caminho para mudança de mentalidade. Ele informou que antigamente o percentual de mulheres nas obras de construção civil era de 2% e hoje já chega a 5%, havendo uma maior compreensão e tolerância em relação à convivência com todos os segmentos minoritários no mundo do trabalho.
“Precisamos abordar todas as questões referentes às representações como as pautas LGBTQIAPN+, etnias negras e indígenas. É importantíssimo essa reunião para que nós possamos levar para a nossa categoria, nossas bases, esse tema tão importante que é, às vezes, até esquecido pela sociedade. Precisamos estar atentos para que neste momento possamos discutir essa pauta da inclusão desses trabalhadores e trabalhadoras”, concluiu Demontier, do Sintricom, um dos maiores sindicatos da Paraíba.
A representante do Sindicato dos Enfermeiros no Estado da Paraíba, Milca Rêgo, reforça que “incluir na base dos sindicatos essa diversidade de gênero, de cor, de etnia, também pra fazer parte dessa discussão dentro da diretoria, tendo assento, é muito importante porque insere essas minorias dentro do contexto do trabalhador, dos seus direitos, dentro desse contexto do mundo sindical”.
Ao final da audiência, o Ministério Público do Trabalho solicitou aos sindicatos presentes que procurem especialistas nas diversas áreas (gênero, raça, PCDs, aprendizagem, juventude, indígenas e LGBTQIAPN+) a fim de promover o debate para a construção de uma sociedade efetivamente plural e democrática.
Entidades sindicais representadas
A audiência coletiva realizada na Sede do MPT-PB, na Capital, contou com a participação de representantes das seguintes entidades sindicais: Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada, Montagem e do Mobiliário de João Pessoa e Região (SINTRICOM); Sindicato dos Empregados no Comércio de João Pessoa (SINECOM); Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Saúde no Estado da Paraíba (SINDSAÚDE); Sindicato dos Enfermeiros no Estado da Paraíba (SINDEP); Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Serviço de Saúde da Paraíba (SINDESEP); Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana da Paraíba (SINDLIMP-PB); Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa (SINTEM-JP); Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância da Paraíba (SINDVIG) e Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio (SEAAC/PB).
Participaram também de forma virtual da audiência representantes das seguintes entidades: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Serviço de Saúde da Paraíba (SINDESEP); Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana da Paraíba (SINDLIMP-PB); Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância do Estado da Paraíba (SINDVIG) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa ( SINTEM-JP).
Fonte e Foto: Assessoria MPT-PB