CPT lança na Paraíba o levantamento ‘Conflitos no Campo Brasil 2023’ na próxima quarta (14)

Na próxima quarta-feira (14), acontecerá o evento de lançamento na Paraíba da publicação Conflitos no Campo Brasil 2023. O evento ocorrerá no auditório 412 do CCHLA, no Campus I da UFPB, a partir das 8h. O levantamento, que está na sua 38ª edição, foi elaborado pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc/CPT). O relatório traz um balanço dos dados da violência ligada a questões agrárias no país ao longo de 2023.

Desta vez, a CPT tem como parceiros, na organização do lançamento, o Observatório Interdisciplinar e Assessoria em Conflitos (OBUNTU/UFPB) e o Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas (PPGDH/UFPB). O lançamento contará com a participação de autoridades, representantes de movimentos sociais e camponeses.


Conflitos no Campo Brasil está em sua 38º edição. A primeira foi em 1985. / Divulgação.

Segundo o levantamento feito pela CPT, em 2023 foram registrados 2.203 conflitos, sendo o maior registro de violações no campo no Brasil desde 1985, ano da primeira publicação do relatório. Nessas violações, mais de 950 mil pessoas e cerca de 59,4 milhões de hectares de terras estiveram envolvidos em disputas.

De acordo ainda com o levantamento, o número de conflitos no campo em 2023 é maior 7,46% do que o registrado em 2022. A maioria dos conflitos registrados foi pela terra (1.724), seguidos de ocorrências de trabalho escravo rural (251), conflitos pela água (225) e outros (3).

Na Paraíba, em 2023, foram registrados 21 conflitos pela terra, envolvendo 1.459 famílias; 8 ocorrências de trabalho escravo rural, com um total de 62 resgatados; e 1 conflito por água. Totalizando, no estado, 30 conflitos, envolvendo 5.914 pessoas.

“A Comissão Pastoral da Terra documenta conflitos que são interpretados como ações de resistência e enfrentamento em diversos contextos sociais rurais. Esses conflitos envolvem a luta por terra, água, direitos e meios de trabalho ou produção. As violações ocorrem entre classes sociais, entre trabalhadores ou devido à ausência ou má gestão de políticas públicas. O caderno é referência para a documentação de conflitos ocorridos no campo, sendo o principal documento de sistematização para denúncias e pesquisas que tratam sobre conflitos no campo no Brasil desde 1985”, salienta, em nota, o OBUNTU, parceria neste evento de lançamento.

Programação

A programação do evento terá uma mística de abertura e será composta por duas mesas. A primeira será formada por autoridades, parceiros e representantes de outros movimentos sociais. A segunda contará com a presença da coordenadora da CPT, Cecília Gomes, do professor doutor Hugo Belarmino de Morais, além de um representante camponês ou camponesa paraibana.

“É de extrema importância que toda a comunidade paraibana participe das discussões e reflexões que serão debatidas no lançamento”, convida a organização do evento.

CPT NORDESTE lembra 41 anos da morte de Margarida Maria Alves

“É melhor morrer na luta do que morrer de fome!”

Há 41 anos, um episódio deixou profundas marcas na luta pela terra no Nordeste e no país: o assassinato da trabalhadora rural e sindicalista Margarida Maria Alves, na Paraíba, em 12 de agosto de 1983.

Margarida foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB). Por sua defesa intransigente da vida e dos direitos, Margarida se transformou em símbolo de resistência contra a violência no campo e os desmandos das elites latifundiárias. Sua vida foi testemunho profético de luta pelos direitos e pela Reforma Agrária.
Margarida: semente plantada na terra que germinou, cresceu e deu frutos. Hoje, somos milhares de Margaridas! Venceremos!

Margarida Maria Alves, presente!
Hoje e sempre!

 

 

Baixe o levantamento Conflitos no Campo Brasil 2023.

Fonte: Brasil de Fato, com edição de Carolina Ferreira | Foto: Andressa Zumpano

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