Em mais um indício dos riscos à saúde pública que representam os sites de apostas, trabalhadores do SUS alertam que os equipamentos de saúde mental não estão prontos para atender os viciados nas bets. “É necessário investimento, principalmente diante do volume alarmante de jogos disponíveis”, pede a psiquiatra de um Caps AD no interior de São Paulo que tem atendido um número cada vez maior de pessoas com vício nos novos jogos de azar. Para outro médico, do Caps da Mooca, na capital paulista, particularmente grave é o problema daqueles que já conviviam com algum transtorno – como ansiedade ou depressão – e que agora sofrem da chamada “ludopatia”. A ausência de dados mais consolidados sobre os casos de vício em apostas que chegam ao SUS torna mais difícil tirar conclusões sobre a real dimensão da questão. Mesmo assim, já é nítido que as autoridades sanitárias precisam levar o problema muito sério.
Gilead aceita licenciar lenacapavir em 120 países pobres, mas exclui Brasil
Amplamente criticada pelo alto preço especulado para seu novo medicamento para o HIV, a farmacêutica norte-americana Gilead decidiu fechar acordos de licenciamento voluntário do lenacapavir em 120 países. Como detalha a Reuters, nos termos do entendimento, seis fabricantes de genéricos serão autorizadas a produzir o remédio – que, como explicou Outra Saúde, promove avanços decisivos na prevenção e no tratamento do HIV – e exportá-los para essas nações de renda baixa e média-baixa sem pagar royalties à empresa dona da patente. Enquanto as plantas de fabricação do lenacapavir genérico não estiverem prontas, a Gilead fornecerá sua versão patenteada a 18 dos mais afetados pelo vírus entre esses países. Organizações de defesa do acesso a medicamentos, como o GTPI, criticaram publicamente o fato de que países da América Latina com altos índices de HIV, como o Brasil, foram excluídos de todos esses acordos. Nos EUA, o lenacapavir é vendido a 44 mil dólares anuais por pessoa.
OMS: Elefantíase não é mais problema de saúde pública no Brasil
Em pronunciamento oficial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) parabenizou o Brasil pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública. No comunicado, a agência destaca que o país aplica desde 1997 um plano nacional para enfrentar a “elefantíase” – como também é conhecido o problema de saúde – e já havia conseguido pôr fim à transmissão da doença em 2017, quando o último caso foi registrado. “O sistema único de saúde do Brasil, junto da expertise laboratorial especializada e de uma vigilância robusta foram essenciais para interromper a transmissão” da filariose linfática, apontou o diretor da OPAS Jarbas Barbosa. A eliminação da doença era uma das metas do programa Brasil Saudável, lançado por Lula no início do ano. Agora, o Brasil se soma a 19 outros países certificados pela OMS por eliminar esse problema de saúde pública.
Hospital das Clínicas alcança novo marco nos transplantes de útero
O Hospital das Clínicas, ligado à USP, anunciou ter realizado o primeiro transplante bem-sucedido de útero entre pessoas vivas da América Latina, noticia o Estadão. O procedimento aconteceu em parceria com o Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e foi orientado por uma equipe da Suécia, país onde sua realização é regulamentada há cerca de uma década. Exitoso, o transplante abriu caminho para a futura realização de uma fertilização in vitro pela mulher que recebeu o órgão. O útero foi doado por sua irmã em agosto. Devido a uma rara síndrome, a paciente havia nascido sem útero. O feito é um novo marco do bem-sucedido histórico brasileiro na especialidade dos transplantes, mas um dos especialistas que participou do procedimento frisa que sua indicação é restrita por uma série de fatores ligados à saúde de todos os envolvidos.
Como funciona novo remédio para esquizofrenia aprovado nos EUA
Pela primeira vez em décadas, as autoridades sanitárias dos Estados Unidos aprovaram um novo remédio para o tratamento da esquizofrenia, conta o The New York Times. Como explica o jornal, todos os antipsicóticos atualmente utilizados para tratar a doença funcionam bloqueando os receptores de dopamina. Contudo, seus efeitos colaterais são duros, e muitos pacientes abandonam o tratamento. Ao agir sobre outro neurotransmissor, a acetilcolina, a nova droga chamada Cobenfy pretende evitar efeitos como a falta de motivação e de capacidade de sentir prazer associadas aos demais fármacos. Os estudos sobre a eficácia trouxeram resultados positivos, mas nenhum deles durou mais de cinco semanas – e um especialista frisa que isso significa que ainda não há qualquer indicação sobre seu funcionamento após esse período. Apesar de comemorarem o surgimento da novidade, pesquisadores da área também destacam a importância de observar mais longamente seus efeitos.
Mais vacinação contra a pólio em Gaza neste mês
Após o êxito dos primeiros esforços de imunização no enclave, a OMS declarou pretender promover uma segunda rodada de vacinação contra a pólio na Faixa de Gaza em meados de outubro. Assim como na ação promovida no início de setembro pela agência das Nações Unidas em parceria com organizações humanitárias, o objetivo é vacinar 640 mil crianças palestinas de até 10 anos contra a doença, que está por trás de um caso de paralisia infantil registrado em Gaza no mês de julho. O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, reforçou a informação de que os imunizantes da segunda rodada serão reforçados com nutrientes para ajudar a conter a desnutrição entre as crianças da região, problema que só cresceu desde o início da guerra que já matou mais de 41 mil palestinos.
Fonte: Outras Palavras