“O Fest Aruanda experimenta, esse ano, uma virada de chave que terá efeitos generalizados em sua edição de 19 anos”. A afirmação é de Lúcio Vilar, fundador e produtor executivo do evento que será realizado de 05 a 11 e dezembro na cidade de João Pessoa. A 19ª. edição mais uma vez acontece na rede Cinépolis do Manaíra Shopping com entrada franca em todas as sessões e chega esse ano com nomenclatura renovada: passa a ser o Festival do Audiovisual Internacional da Paraíba.
“A grande novidade é que dobramos a aposta na valorização do curta-metragem enquanto categoria, experimental por excelência, e, como sabemos, trampolim para o longa-metragem na carreira de qualquer realizador. Além das tradicionais mostras competitivas de curta-metragem nacional, paraibana e de estudantes da Universidade Federal da Paraíba, vamos amplificar substancialmente o nosso braço internacional. Vem se somar aos curta-metragistas da União Europeia, filmes da San Diego State University (SDSU/Califórnia-EUA) e da China nesta edição, o que será um sopro de renovação no fluxo de intercâmbio com conteúdos audiovisuais de quatro continentes”, explicou.
Seleção de Curtas (Mostra Competitiva Nacional)
O festival divulga a seleção oficial dos 12 curtas metragens que farão parte da Mostra Competitiva Nacional 2024. Com recorde de inscrições esse ano, foram 880 filmes inscritos (entre curtas e longas), o comitê de seleção foi formado pelos jornalistas e críticos de cinema, Amilton Pinheiro (SP), Rodrigo Fonseca (RJ) e a roteirista e crítica Vivi Pistache (BH).
“A seleção deste ano celebra o espírito de diversidade e de coragem do cinema brasileiro recente na triagem por temáticas urgentes (assombradas por fantasmas da exclusão) que servem de pólvora para narrativas combativas, que não largam mão da dialética“, diz Rodrigo Fonseca, crítico de cinema, dramaturgo e roteirista, egresso de Bonsucesso (RJ) e formado pela UFRJ, que escreveu a biografia de Renato Aragão (“Do Ceará Para o Coração do Brasil”) e o romance “Como Era Triste a Chinesa de Godard”.
Segundo Amilton Pinheiro, “uma ótima leva de curtas metragens com diversidade temática, que passa pelas questões identitárias, a temas mais universais, como envelhecimento, morte, nossa latinidade etc., e propostas de dispositivos de linguagem. Os realizadores desses filmes não esqueceram que cinema é uma linguagem”.
“Face a uma profícua safra de filmes nacionais, essa edição do Fest Aruanda faz uma aposta curatorial diversa, coletiva e de apuro afiado, que resulta no acolhimento não apenas dos filmes que vibraram mais consensuais, bem como das obras que se revelaram maravilhosamente improváveis. Assim, essa edição do festival traz um conjunto de um conjunto de filmes que convidam a re-visitar a nação brasileira fabulando amálgamas e bálsamos. “, Vivi Pistache, roteirista, pesquisadora e curadora.
Ainda de acordo com ele, foram selecionados realizadores experientes, diretores de longas, inclusive, junto com estreantes e curtas-metragistas com mais de um filme e um detalhe que chamou a atenção: o fato de termos esse ano mais filmes vindos da região Nordeste do que do Sudeste, seis no total, o que mostra a força das produções feitas na região.
“Outra coisa a ser destacada é que os três curtas paraibanos pressentes na mostra nacional foram produzidos fora da capital, João Pessoa, todos do interior do estado, mostrando que a descentralização é uma realidade em todo país”, completou.
Prêmio de R$ 15 mil para o Melhor Curta
O Fest Aruanda contará com o Prêmio Canal Brasil de Curtas no valor de R$ 15 mil reais para o Melhor Curta do festival. O Prêmio Canal Brasil de Curtas tem como objetivo estimular a nova geração de cineastas, contemplando os vencedores na categoria curta-metragem e uma forma de contemplar o festival em sua relação de parceria com o canal do cinema brasileiro.
CONFIRA OS 12 CURTAS DA MOSTRA COMPETITIVA NACIONA
1 – “A Última Valsa”, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (Documentário). São Carlos/SP e São Paulo/SP (2024).
2 – “A Voz de Guadakan”, de Joel Pizzini (Documentário). Campo Grande/MS (2024);
3 – “Almadia”, de Mariana Medina (Animação). Fortaleza/CE (2024). Duração: 8:06;
4 – “Eu Fui Assistente de Eduardo Coutinho”, de Allan Ribeiro (Documentário). Rio de Janeiro/RJ (2023);
5 – “Helena de Guaratiba”, de Karen Black (Ficção). Rio de Janeiro/RJ (2023);
6 – “Jupiter”, de Carlos Segundo (Ficção). Bordeaux/França e Belo Horizonte/MG/Brasil (2024).
7 – “Ladeira Abaixo”, de Ismael Moura (Ficção). Cuité/PB (2024).
8 – “Movimentos Migratórios”, de Rogério Cathalá (Ficção). Salvador/BA (2024).
9 – “Navio”, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real (Ficção). Natal/RN (2023).
10 – “Pássaro Memória”, de Leonardo Martinelli (Ficção). Rio de Janeiro/RJ (2023).
11 – “Serão”, de Caio Bernardo (Documentário). Coxixola/PB (2024).
12 – “Umbilina e Sua Grande Rival”, de Marlom Meirelles (Ficção). Cabaceiras/PB (2024).