Morre o Papa Francisco

 

Anúncio do Camerlengo Farrell da Casa Santa Marta: “Às 7h35 desta manhã do dia 21 de abril, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”

 

OUÇA AGORA O ANÚNCIO OFICIAL da causa da morte e o testamento do PAPA FRANCISCO:

Vatican News

Morre o Papa Francisco. O anúncio foi dado, com pesar, poucos instantes atrás diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, por Sua Eminência, o cardeal Farrell, com as seguintes palavras:

“Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.

Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.

Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”

Segundo informado pela Sala de Imprensa da Santa Sé: “Após a comunicação do falecimento do Papa Francisco, conforme previsto no Ordo Exsequiarum Romani Pontificis (nn. 21-40), nesta noite, segunda-feira, 21 de abril, às 20h, o cardeal presidirá o rito de constatação da morte e o depósito do corpo no caixão. Participarão do rito o decano do Colégio Cardinalício, os familiares do Pontífice, o diretor e o vice-diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano.”

A trasladação do corpo do Santo Padre para a Basílica Vaticana, para a homenagem de todos os fiéis, poderá ocorrer na manhã de quarta-feira, 23 de abril de 2025, segundo as modalidades que serão definidas e comunicadas amanhã, após a primeira Congregação dos Cardeais.

A Sala de Imprensa do Vaticano comunica que a celebração eucarística e o rito de canonização do Beato Carlo Acutis, previstos para 27 de abril de 2025, II Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia, por ocasião do Jubileu dos Adolescentes, estão suspensos.

Seguimos com mais informações ao longo do dia, na RÁDIO QUINTAL – http://www.radioquintalfm.com.br

 

 

Papa Francisco foi um grande amigo do Brasil e denunciou o lawfare contra o presidente Lula

Quando Lula era um preso político do imperialismo, o pontífice fez questão de presenteá-lo

 

Leonardo Attuch

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 

A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, deixa uma lacuna imensa não apenas para a Igreja Católica, mas também para a América Latina e, em particular, para o Brasil. Mais do que um líder espiritual, Jorge Mario Bergoglio foi um farol de humanidade, justiça social e compromisso com os povos marginalizados do Sul Global. Ao longo de seu pontificado, demonstrou de forma corajosa e inequívoca ser um grande amigo do Brasil — e um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos momentos mais sombrios da história recente do país.

Francisco jamais se calou diante da injustiça. Quando Lula foi vítima de um processo viciado de lawfare, conduzido por um sistema judicial politizado e manipulado por interesses estrangeiros, o Papa tomou partido – e foi o partido da justiça. Em 2018, quando o então ex-presidente se encontrava encarcerado de forma ilegal em Curitiba, Francisco fez questão de enviar um sinal claro de solidariedade. O gesto de presenteá-lo com um terço teve grande repercussão e mostrou ao mundo que o líder da Igreja Católica não se deixaria intimidar por pressões midiáticas ou geopolíticas. Naquela ocasião, o Brasil 247, assim como outros veículos de comunicação independentes, noticiou com destaque o gesto de Francisco. A reação veio rápida. Agências de “checagem” ligadas a big techs tentaram desqualificar a informação como se tratasse de “fake news” – mais uma tentativa de censurar vozes dissonantes do monopólio informativo que sustentava a narrativa da Lava Jato. Mas a verdade resistiu. Pouco tempo depois, o Papa Francisco escreveu uma carta de próprio punho ao presidente Lula, ao receber o livro “A verdade vencerá”, das mãos do ex-chanceler Celso Amorim. O  Papa estava certo: Lula foi libertado, teve seus direitos políticos restituídos e voltou à Presidência da República pela vontade soberana do povo.

Em 2020, já em liberdade, Lula foi recebido com honras no Vaticano. O encontro, que selou uma amizade de longo alcance, teve profundo simbolismo. Era mais do que uma visita de cortesia: era um ato de reparação moral e política, uma reafirmação da dignidade de um homem e do projeto de justiça social que ele representa. Francisco e Lula sempre estiveram do mesmo lado – o lado dos pobres, dos trabalhadores, dos excluídos.Mas a afinidade entre ambos transcende a política. Trata-se de uma comunhão de visões sobre o destino da América Latina. Bergoglio sempre defendeu a integração dos povos latino-americanos, a soberania diante do imperialismo e a luta contra a desigualdade. Em sua encíclica Fratelli Tutti, condenou com veemência o “modelo de descarte” promovido pelo capitalismo neoliberal, algo que dialoga diretamente com a crítica feita por Lula às injustiças globais. Francisco também apoiou com entusiasmo as iniciativas por uma economia de comunhão, de solidariedade e de sustentabilidade.

O Papa Francisco fez história e fará muita falta. Sua memória viverá em cada gesto de solidariedade, em cada palavra de denúncia e em cada ato de coragem diante da injustiça.

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